Gafanhotos voltam a provocar alerta na Argentina anos após praga
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) declarou o estado de alerta fitossanitária
Publicado em 02 de março de 2024
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A Argentina volta a entrar em alerta por pragas de gafanhotos, quatro anos depois de uma grande praga que castigou o país. O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) declarou o estado de alerta fitossanitária com o objetivo de implementar medidas preventivas para a detecção e controle de gafanhotos, bem como mitigar seu impacto na natureza e na produção vegetal.

A medida foi estabelecida após a detecção precoce da praga em várias províncias da Argentina, bem como na Bolívia e no Paraguai. As ações possibilitam a coordenação com organismos nacionais, províncias e setor privado para realizar trabalho em campo localmente, intensificando medidas de detecção e controle precoce que evitem ou reduzam os danos da praga em cultivos, pastagens e flora nativa, bem como a invasão de áreas urbanas.

“A declaração de alerta visa evitar situações críticas como nos anos anteriores, destacando que até o momento não há enxames migratórios, mas as condições para que isso ocorra em breve estão presentes, sendo necessário agir de forma rápida e eficiente para conter a praga”, explicou o coordenador geral de Contingências e Emergências do Senasa, Héctor Medina.

O sistema de vigilância permanente do Senasa detectou um aumento da praga em algumas regiões do país, como Formosa, Salta, Santiago del Estero e Catamarca, todas províncias do Norte argentino, a partir de condições climáticas muito favoráveis ao desenvolvimento de gafanhotos. Além disso, dentro do mecanismo de cooperação regional, tanto o Serviço Nacional de Saúde Agropecuária e Inocuidade Alimentar (Senasag) da Bolívia quanto o Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal de Sementes (Senave) do Paraguai informaram sobre a presença da praga em seus países.

Foi o que fez o governo argentino implementar controles precoces que impeçam a formação de enxames na Argentina, afetando plantações e vegetação natural, evitando a crise de anos atrás em que nuvens de gafanhotos avançaram pelo Centro e o Norte do país, aproximando-se do Rio Grande do Sul.

Como parte do alerta, todas as pessoas responsáveis ou encarregadas de explorações agrícolas e pecuárias, assim como as autoridades sanitárias, ao observarem a presença de exemplares de gafanhotos em qualquer um de seus estágios (ovo, ninfa e adulto), são obrigadas a notificar imediatamente o Senasa no escritório local mais próximo ou por meio dos canais de comunicação do organismo. Da mesma forma, no caso de detecção, as pessoas responsáveis pelas explorações agrícolas devem controlar a praga por meios próprios ou por meio de serviços prestados por terceiros, utilizando os princípios ativos autorizados pelo Senasa e seguindo a legislação em vigor para seu uso.

Os gafanhotos são pragas migratórias e transfronteiriças, com capacidade de dispersão de até 150 quilômetro por dia e com alta voracidade, o que determina um alto impacto econômico. Segundo uma análise do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a produção sujeita a risco na Argentina alcança os 3,7 bilhões de dólares. Após 60 anos sem maiores problemas, desde 2015 houve um ressurgimento da praga na América do Sul, levando à declaração de diversas emergências fitossanitárias na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. Em 2020, uma grande praga atingiu a Argentina com danos na agricultura. O frio e ações do governo e de produtores conseguiram frear o avanço da praga no país vizinho.

 

Foto: Reprodução/Web

Fonte: Fonte e foto: MetSul Meteorologia
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